Revista Riopharma Mar/Abr 2007
HISTÓRIA DA FARMÁCIA
Faculdade teve seu primeiro diretor nomeado pelo Presidente Dutra, após autonomia assegurada pelo Governo Provisório em 1945

 

 
 A primeira Congregação da Faculdade de Farmácia da então Universidade do Brasil, que deu posse ao primeiro Diretor da hoje Faculdade de Farmácia da UFRJ.
Há 60 anos, no dia 9 de abril de 1947, em sessão solene, a Congregação da Faculdade Nacional de Farmácia da Universidade do Brasil (hoje UFRJ) dava posse a seu primeiro Diretor, o professor Mario Taveira (nomeado pelo então Presidente da República, Eurico Gaspar Dutra), inaugurando um dos marcos da História da Farmácia no Brasil. A indicação de Taveira foi resultado da autonomia didática e administrativa assegurada em 3 de dezembro de 1945, ainda no Governo Provisório de José Linhares.

 

A data se constitui num dos marcos da trajetória da Farmácia Brasileira, iniciada em 12 de abril de 1809 (há 198 anos, portanto) com a inauguração do ensino superior de Farmácia através da criação da cadeira de Medicina, Química, Matéria Médica e Farmácia na então Faculdade de Medicina. Designado pelo Príncipe Regente, Dom João indica José Maria Bomtempo - médico e filósofo português formado pela Universidade de Coimbra - como o responsável pela cadeira.


Ensino de Farmácia se constitui num marco do setor no Brasil

 

 
 Mario Taveira, primeiro Diretor da Faculdade de Farmácia.
A História da Farmácia no Brasil se inicia no século XVI, quando os primeiros registros históricos demonstram que nossos indígenas possuíam um vasto conhecimentos e tinham práticas semelhantes às da Antigüidade, com base no empirismo e na magia. Eles são os nossos primeiros profissionais de saúde, infelizmente dizimados pelos colonizadores portugueses.

 

Mais tarde, os próprios Jesuítas estabelecem as primeiras boticas nos acampamentos e instalam boticas nacionais nas proximidades dos conventos e colégios.

Mas é no século XVIII, através do Regimento de 1744, que se dá a legalização do profissional responsável técnico, com a afixação da Carta de Aprovação em local visível, são definidos os equipamentos mínimos, a fiscalização e as multas impostas aos que infrigiam as normas mínimas de exercício da profissão, que se constituem no embrião das legislações sanitária e profissional.

No início do século XIX, mais exatamente em 1808, com a chegada da Família Real ao Brasil, é criada a Botica Militar, em ato de D.João VI. Ela viria a se tornar o embrião do Laboratório Químico Farmacêutico do Exército. Em 1832, são criados os cursos de Farmácia ainda ligados às Escolas de Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia. E em 1839 é Fundada a Escola de Farmácia de Ouro Preto, a primeira a se tornar autônoma em relação ao curso de Medicina.

 

 
 O prédio da Faculdade de Medicina, na Praia Vermelha, em 1918, onde eram ministradas as disciplinas de Farmácia.
O século XX chega com a fundação, em 1916, da Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF). Em seu Estatuto, entre outras finalidades, era priorizada a tarefa de ''promover como supremo escopo a fundação da Escola Superior de Farmácia''.

 

Em 1924, é elaborada por Rodolpho Albino Dias da Silva a Primeira Farmacopéia Brasileira e em 1947 dá-se a instalação da Faculdade de Farmácia da Universidade do Brasil (hoje UFRJ).

A criação dos Conselhos de Farmácia, em 1960, é marcada por uma conjuntura onde já está estabelecido um processo de afastamento do farmacêutico do contato direto com a população, fruto da industrialização da produção e do domínio do capital estrangeiro.

O final do século XX se caracteriza, dos anos 80 em diante, por um acelerado processo de globalização econômica, que agrava o quadro de dependência tecnológica e econômica do País. Por outro lado, renasce a manipulação farmacêutica alopática e homeopática.

A Farmácia Brasileira chega ao século XXI tendo à frente o enorme desafio de incorporar a seu dia-a-dia o processo de permanente inovação tecnológica estando, ao mesmo tempo, obrigada a contemplar os compromissos éticos inerentes ao exercício profissional farmacêutico.

Referencia : https://www.crf-rj.org.br/crf/revista/76/pagina.asp?n=76&p=132